Portal do Porto

Translate

domingo, 18 de maio de 2025

As mudanças nas linhas de navegação de contêineres

O ano de 2025, por enquanto, tiveram mudanças significativas nas linhas de navegação, envolvendo mudanças nas alianças entre os armadores ou uma joint venture, uma parceria estratégica entre duas ou mais empresas de navegação marítima para realizar um projeto ou negócio específico.

Tudo começou em meados de 2023, quando a Maersk e a MSC anunciaram que não renovaria a 2M Alliance, que terminou em janeiro/2025.

Em seguida, Maersk e Hapag-Lloyd, anunciaram uma nova aliança batizada de Gemini Cooperation.

Consequentemente, a Hapag-Lloyd,  saiu da Ocean Alliance, que tinham ONE, Yang Ming e a HMM como parceiros comerciais. Com a saída da Hapg-Lloyd, os armadores rebatizaram como Premier Alliance. A MSC, entrou na aliança somente nas linhas entre Ásia e Europa.

Por outro lado, a Ocean Alliance, formado por CMA CGM, COSCO Shipping, OOCL e Evergreen, que tinham acordo até 2027, estenderam seu acordo comercial por mais cinco anos, até 2032.

A MSC, se juntou a ZIM, formando um novo acordo comercial.

Todos esses acordos citados, se iniciaram em fevereiro/2025. A maioria destes acordos envolvem linhas da Ásia, Transpacífico, Transatlântico, Europa e Oriente Médio.


Os impactos destes acordos no Brasil

Essas mudanças tiveram impactos diretos e indiretos no país. O Brasil possui uma particularidade diferente desses acordos citados acima, que são distintos e possui algumas similares, e que serão citados detalhadamente a seguir nas mudanças nas linhas de navegação em nosso país. Essa carcterística, se estende para toda a América do Sul.

Os impactos diretos foram paralelos a esses acordos anunciados. No mercado interno, houve aquisições e/ou participações dos armadores em empresas brasileiras.

No começo de 2022, a MSC comprou 67% das ações, na participação da Log-In (LOGN3).

Em 2023, a Hapag-Lloyd e a Norsul, criaram uma joint venture, dando origem a Norcoast no transporte de cabotagem de contêineres.

Mais tarde em 2024, a MSC comprou 56,8% da Wilson Sons (PORT3). A Wilson Sons possui terminais portuários em Rio Grande/RS e Salvador/BA, além das operações de apoio portuário e marítimo.

Ainda no mesmo ano, a CMA CGM comprou 48% das ações da Santos Brasil (STBP3). A Santos Brasil, possui terminais portuários em Santos/SP, Imbituba/SC e Vila do Conde/PA.

Essas aquisições, tiveram impactos significativos nas mudanças de linhas de navegação, com remodelações, extinção de linhas, criação de novas linhas e mudança de escalas para outros terminais portuários.

Veja detalhadamente como está o atual cenário:


Ásia - Costa Leste da América do Sul

  • Linha ESA/SEAS/ES1/SA3/TLA1 - Operado por Evergreen, PIL, COSCO Shipping, CMA CGM, OOCL e Yang Ming: Passou a atracar no terminal da Santos Brasil, deixando de operar na DP World, em Santos/SP.
  • Linha SEAS2/ESA2/ESA3/ES2/SA5/TLA2 - Operado por CMA CGM, COSCO Shipping, Evergreen,  PIL, Yang Ming e OOCL: Passou a atracar no terminal da Santos Brasil, deixando de operar na DP World, em Santos/SP.
  • Linha SEAS3/ASAS2 - Operado por CMA CGM e Maersk. Linha criada em março/2025 começou a operar no mês passado. Rotação: Xangai, Shekou (China), Vung Tau (Vietnã), Singapura e Santos (Santos Brasil).  Uma das novidades é escala em Vung Tau. Até então, não haviámos escala direta no país vietnamita. Outra novidade, sendo o porto de Santos, o único porto brasileiro a operar na linha na América do Sul.
  • Linha NEO ASAS/ASE - Operado por Maersk, ZIM e Hapag-Lloyd: Passou a atracar no terminal da DP World Santos, deixando de operar na Santos Brasil, em Santos/SP. A Maersk está remanejando navios maiores, sendo a maioria provenientes da linha NEO SAMBA para operar no NEO ASAS. A ONE que compartilhava slots, deixou de operar na linha.
  • Linha Ipanema Service/AS2/SX1 - Operado por MSC, Hapag-Loyd e ONE. Foi a única linha da Ásia, que não houve mudanças.
  • Linha Santana Service - Operado pela MSC. A linha existente desde 2020, passou a ter escalas no Brasil no ano passado, principalmente na região nordeste do país e em Santos. Chegou a ter os maiores navios porta-contêineres, já operados na história do país. Com as remodelações, passou a operar com navios menores.
  • Linha Carioca Service - Operado pela MSC: Linha criada em 2024, passou a contar com escalas no Rio de Janeiro, Imbituba e Itajaí. A novidade foi a inclusão no porto de Walvis Bay (Namíbia), sendo que não havíamos escala direta no porto namibiano. Outra novidade, foi a inclusão no porto de Colombo pelo armador suíço.
  • Linha FIL/SX3 - Operado pela HMM e ONE. Linha criada em 2021, a ONE passou a operar posteriormente em conjunto na linha com o compartilhamento de slots.
  • Linha FL2/SX2 - Operado por ONE e HMM: Linha criada em janeiro/2025, passou a operar no mês passado como mais uma opção entre os armadores.



Europa/Mediterrâneo - Costa Leste da América do Sul

  • Linha NEO SAMBA/SAFRAN1 - Operado por Maersk e CMA CGM: Passou a atracar no terminal da DP World Santos no sentido sul e na BTP sentido norte, deixando de operar na Santos Brasil ambos os sentidos, em Santos/SP. Passando a operar com navios menores, sendo a maioria provenientes da linha NEO ASAS.
  • Linha NEO BOSSA NOVA/SIRIUS 1 - Operado por Maersk e CMA CGM: Passou a atracar no terminal da Santos Brasil sentido sul, e a BTP ficou somente com a escala no sentido norte, em Santos/SP.
  • Linha NWC-1/ECX - Operado por MSC e Hapag-Lloyd: Foi uma das linhas que não tiveram mudanças significativas recentes.
  • Linha WMED/MSE/SAM - Operado por MSC, Hapag-Lloyd e ZIM: Também foi uma das linhas que não tiveram mudanças significativas recentes.
  • Linha ESE2/LUX/EEX - Operado por COSCO Shipping, ONE e OOCL: Linha criada em 2023, passou a ser mais uma opção, que não era oferecido pelos armadores na região, até então.
  • Linha SOUTHERN AMERICA EXPRESS - Operado pela Grimaldi Lines: Foi uma das linhas que não tiveram mudanças significativas recentes. A última foi em 2019, quando o Grande America naufragou no Golfo da Biscaia em 2019. Desde então, a linha opera com quatro navios, com a perda do Grande America.
  • Linha NEFGUI/SOUTHERN AMERICA SERVICE - Operado por CMA CGM e Marfret: Foi uma das linhas que não tiveram mudanças significativas recentes.


América do Norte/Caribe - Costa Leste da América do Sul

  • Linha TANGO/SEC - Operado por Maersk e Hapag-Lloyd: Passou a atracar no terminal da DP World Santos sentido sul e na BTP sentido norte, deixando de operar na Santos Brasil em ambos os sentidos, em Santos/SP.
  • Linha UCLA/USA-STRING 2 - Operado por Maersk e MSC: Passou a atracar no terminal da DP World Santos sentido sul e na BTP sentido norte, deixando de operar na BTP no sentido sul, em Santos/SP.
  • Linha Cartagena Feeder - Operado pela Maersk: Linha criada no ano passado, passará operar somente nos portos de Paranaguá e Itapoá, deixando de operar em Santos.
  • Linha GS1/UCLA 2/GULF EXPRESS - Operado por Hapag-Lloyd, MSC, ONE e Maersk: Foi uma das linhas que não tiveram mudanças significativas recentes.
  • Linha USA-STRING 1 - Operado pela MSC: Também foi uma das linhas que não tiveram mudanças significativas recentes.
  • Linha ZGT - Operado pela ZIM: Criado em outubro/2023, passou a operar de forma independente no ano passado pela ZIM, não houve mudanças significativas recentes.
  • Linha BRAZEX/BZX/ACX/AN2 - Operado por CMA CGM, COSCO Shipping, Maersk e ONE: Passou a atracar no terminal da Santos Brasil, deixando de operar na DP World, em Santos/SP.
  • Linha NORTH AMERICA - WEST AFRICA SERVICE - MEXICO LOOP - Operado pela Grimaldi Lines: Linha transatlântica que liga os EUA, Costa Oeste da África, Brasil e México, não houve mudanças significativas recentes.
  • Linha AMAZON FEEDER/AMCX/CX1 - Operado por MSC e ONE: Não houve mudanças significativas recentes.
  • Linha MAOSHTTL/BRAZEX2 - Operado por CMA CGM , COSCO Shipping e Maersk: Não houve mudanças significativas recentes.


Costa Oeste e Leste da América do Sul

  • Linha ABAC/CONOSUR - Operado por Hapag-Lloyd e Maersk: Não houve mudanças significativas recentes.
  • Linha UGA - Operado pela Maersk: Passou a atracar no terminal da BTP, deixando de operar na Santos Brasil, em Santos/SP.
  • Linha SAS/PLATA/ATLANTICO SUL/LG2 - Operado pela Log-In (MSC) e Mercosul Line (CMA CGM): Não houve mudanças significativas recentes.
  • Linha ATLAS - Linha que era operado pela Mercosul Line (CMA CGM), foi extinta em março/2025, em substituição à linha PUMA.
  • Linha PUMA: Operado pela Mercosul Line (CMA CGM): Linha criada no começo deste mês, é uma remodelação da linha ATLAS que foi extinta. As principais mudanças, passando a contar com dois navios e a inclusão do Porto de Itajaí, deixando de operar em Imbituba.
  • Linha SF1/RBM - Operado pela HMM e ONE: Linha feeder criada pela HMM e operado em conjunto com a ONE posteriormente, que liga os Portos e Buenos Aires e Montevidéu à Rio Grande, faz conexão para as outras linhas operadas pelos armadores.
  • Linha SAEX - Operado pela Maersk: Linha sazonal que liga o Porto de San Antonio Este (Argentina) à Santos, passou a atracar no terminal da BTP, deixando de operar na Santos Brasil, em Santos/SP.


Costa Oeste da África à Costa Leste da América do Sul

  • Linha SAT/SAAF/WAFEX/AFRICA 4 - Linha operado por Hapag-Lloyd e Maersk: Linha que também tem a CMA CGM como slot charter, somente nos portos Durban e Luanda, não teve mudanças significativas recentes.
  • Linha MEDSA - Linha operado pela Sealed: Linha criada em novembro/2023, não teve mudanças significativas recentes.


Brasil

  • Linha ALCT1/MANAUS - Linha operado por Aliança (Maersk) e Log-In (MSC): Passou a atracar no terminal da DP World Santos, deixando de operar na Santos Brasil, em Santos/SP.
  • Linha ALCT2 - Linha operado pela Aliança (Maersk): Passou a atracar no terminal da DP World Santos, deixando de operar na Santos Brasil, em Santos/SP.
  • Linha BRACO/AMAZONAS - Linha operado por Mercosul Line (CMA CGM) e Log-In (MSC): Linha que tem a Norcoast como slot charter, não teve mudanças significativas recentes.
  • Linha SEA/ALCT3/GUARA - Linha operado por Log-In (MSC), Aliança (Maersk) e Mercosul Line (CMA CGM): Linha que tem a Norcoast como slot charter, também não teve mudanças significativas recentes.
  • Linha NCF - Linha operado pela Norcoast: Linha criada há um ano, é uma joint venture entre Hapag-Loyd e Norsul, e tem a Log-In como slot charter, não teve mudanças significativas re
  • Linha SSR/ALCT4/LG3 - Operado por Log-In (MSC), Aliança (Maersk) e ONE: Linha que opera nos Portos de Vitória, Rio de Janeiro e Santos, passando a atracar somente na Santos Brasil, deixando de operar também na DP World Santos.
  • Linha SSV/VITORIA FEEDER - Operado por Log-In (MSC) e ZIM: Linha existente antes da aquisição da MSC à Log-In, passou a operar na rotação Santos/Vitória no mês passado, substituindo Rio de Janeiro por Santos, atracando no BTP. Essas mudanças já haviam acontecido no passado, em outras ocasiões.
  • Linha SSN/NAVEGANTES FEEDER - Linha que era operado por Log-In e ZIM, foi extinta no mês passado, fazia a rotação Rio de Janeiro/Navegantes.
  • Linha ALCT5 - Operado pela Aliança (Maersk): Linha que faz a rotação Pecém/Vila do Conde, não teve mudanças significativas recentes.

Em resumo acima, foi uma mudança de estratégia de cada armador, procurando otimizar cada vez mais suas operações. Lembrando que, o armador têm influência direta na escolha do porto e terminal onde irá atracar e operar. Isso mostra claramente onde cada armador prefere operar de acordo com sua estratégia. Os fatores internos e externos também provocam essas mudanças operacionais.

Em Santos, a CMA CGM ao adquirir a Santos Brasil, passou a operar suas linhas lá, levando COSCO Shipping, Evergreen, PIL, Yang Ming e OOCL. A Maersk por sua vez, trocou a Santos Brasil, por DP World e BTP.

A MSC, continua operando suas linhas na BTP e Santos Brasil.

Esses armadores, provocaram mudanças significativas principalmente no Porto de Santos dado a sua importância, já que opera aproximadamente 82% de todas as linhas de contêineres operados no Brasil, resumidamente devido a sua hinterlândia, de acordo com levantamento.

Em Santos, por exemplo existe uma concorrência intraporto, quando dois ou mais terminais dentro de um mesmo porto competem pelo mesmo tipo de carga. Assim como ocorre no Rio de Janeiro, Manaus e no complexo Itajaí/Navegantes.

Em Itajaí, teve a JBS como nova arrendatária do porto, voltando a operar em outubro/2024. O terminal estava ocioso desde a saída da APM Terminals em 2023, subsidiária da Maersk. Recentemente adquiriu dois guindastes MHC para o aumento de sua eficiência operacional.

Voltando ao Porto de Santos, existe a área de arrendamento do STS10 que abrange o Cais do Saboó e Valongo, que será destinado à movimentação de contêineres. Atualmente operam na região, a Ecoporto e a Santos Brasil ambos em contrato de transição, até que a licitação para o arrendamento da área seja concluída. Uma das interessadas pela área é a APM Terminals, que já anunciou seu novo empreendimento no nordeste.

No Porto de Suape, a APM Terminals adquiriu uma área de 50 hectares que pertencia ao Estaleiro Atlântico Sul (EAS) em Ipojuca/PE, para a construção de seu novo terminal portuário.

A APM Terminals possui outras operações no Brasil, um terminal portuário em Pecém/CE, além de participação societária na BTP, junto com a TIL, subsidiária da MSC em Santos/SP e no Porto Itapoá/SC, junto com a Portinvest.

Ainda teremos o Porto Central, em Presidente Kennedy/ES, localizada na extremo sul do estado do Espírito Santo, que terá um futuro terminal multipropósito, incluindo a movimentação de contêineres.

As últimas mudanças significativas nesse sentido foram em 2013, com a inauguração da Embraport (atual DP World Santos) e BTP. Depois em 2019, com a entrega da nova bacia de evolução no Complexo de Itajaí/Navegantes.

Tudo isso, tem relação com a competividade portuária, envolvendo os atores da navegação. Apesar de vários fatores externos, que impactam diretamente a balança comercial e o comércio exterior, acabam influenciando em suas escolhas.

É importante destacar que, é necessário uma superestrutura e infraestrutura portuária adequada para este crescimento, uma vez que, apesar de atingirmos recordes nos últimos anos, poderíamos ter um crescimento ainda maior, independentemente do governo A ou B. O crescimento fora de ritmo, da movimentação portuária, sendo maior que o crescimento portuário, leva isso à uma futura estagnação, e consequentemente à um colapso portuário, como acontece nos portos dos EUA.

Resta saber, como isso afetará futuramente no Brasil. Vamos aguardar os próximos capítulos.


Texto: Henrique Ferrinho

segunda-feira, 9 de setembro de 2024

Navio quebrará recorde no Porto de Santos

O Porto de Santos está previsto para atracar amanhã (10/09/2024) às 14h no BTP-2 operado pelo Brasil Terminal Portuário, o navio porta-contêiner MSC Taranto pertencente ao armador alemão Claus-Peter Offen (CPO), sediado em Hamburgo e afretado pelo armador suíço Mediterranean Shipping Company (MSC), sediado em Genebra.

Possui 365,81 m de LOA, 51,30 m de boca e capacidade para transportar até 14.036 TEU. O MSC Taranto está operando pela linha Santana operado pela MSC.

No Porto de Santos/SP, quebrará o recorde geral de DWT e boca, superando em DWT o navio graneleiro Leonidas Warrior, um capesize de 183.316 de DWT, recorde que perdura desde 17/01/2011, há mais de 13 anos.

Em boca, quebrará o recorde do navio porta-contêiner MSC Orion que possui 51,11 m de boca, recorde que perdura desde 08/08/2024.

É um recorde que não permanecerá por muito tempo, já que está previsto a escala do MSC Marie para o Porto de Santos em outubro/2024. Saiba mais, clicando aqui.

É importante destacar que, todos os navios neo-panamax que vieram ao Brasil deste porte, pertencem ou são afretados a MSC. Desde o primeiro navio, o MSC Natasha XIII que veio em fevereiro/2024, já foram seis navios deste porte por aqui.

O Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) em Paranaguá, foi o primeiro e único terminal de contêineres no Brasil que recebeu todos estes navios, até o presente momento.

MSC Taranto
MSC Taranto no Porto de Paranaguá/PR. Foto: Sidnei Leico - Instagram - Reprodução

Em agosto/2024, o MSC Orion foi o primeiro navio de uma linha regular a fazer escala no Brasil, pela linha Santana, passando por aqui também o MSC Jewel e o MSC Josseline.

A linha Santana passou a operar recentemente no Brasil. Conforme havíamos publicado na semana passada, a MSC fará uma nova remodelação na linha, fazendo com que fique exclusivamente na região nordeste do Brasil. Com a remodelação, passará a contar com navios de menor porte, com navios sub neo-panamax.


Os "gigantes" que não terão muito tempo

Assim deixaremos de ter os maiores navios porta-contêineres que podemos receber atualmente no país, sem previsão de receber novas escalas. Até o final de outubro/2024, ainda teremos alguns navios programados pela rotação atual, depois não há novas previsões.

O Brasil se beneficiou de algumas situações que passaram a receber navios neo-panamax, entre elas a Crise no Mar Vermelho, os congestionamentos nos portos dos EUA e a Crise Hídrica no Canal do Panamá, dentre outros.

A MSC foi a primeira a se mexer, enxergando algumas oportunidades e medidas possíveis. Entre elas, criou a linha, a Carioca, passando a ter três linhas de longo curso para à Asia, se juntando com as existentes, a Ipanema e a Santana, aumentando a sua rotatividade de navios pela região.

Não podemos esquecer que o Brasil possui seus problemas internos, desde a infraestrutura até a superestrutura portuária, incluindo também os fenômenos da natureza, que são imprevisíveis.

Por outro lado, o Brasil é um grande exportador de commodities. No caso do Porto de Santos que recebia navios graneleiros capesize, os maiores que já vieram por aqui. O último navio deste porte foi o Coppersmith em 2012. O máximo que recebemos autalmente, são navios mini capesize de forma ocasional.

Desde então, houve a construção e otimização de vários terminais, quebrando recordes, um atrás do outro, ainda com várias limitações operacionais. Poderíamos estar em uma posição mais privilegiada, se houvéssemos um melhor elo entre os envolvidos.

O limite ainda vai se estagnar, se não houver medidas com maior efetividade.


Texto de Henrique Ferrinho

quarta-feira, 4 de setembro de 2024

Maior navio porta contêiner na história da América Latina vem ao Brasil

A Mediterranean Shipping Company (MSC), armador sediado em Genebra (Suíça), fará mais uma vez história na navegação, trazendo o maior navio porta-contêiner neopanamax já construído até hoje.

O MSC Marie é um navio da classe Jiangsu 15000. Pertence ao armador canadense Seaspan sediado em Vancouver/BC (Canadá) e afretado a MSC. O navio foi entregue a operação em fevereiro/2024.

Possui 366 m de LOA, 51,09 m de boca, 18,88 m de calado, capacidade para transportar até 17.640 TEU e 202.562 de DWT.

MSC Marie
MSC Marie, o maior navio em capacidade em TEU navegando pelo Canal do Panamá. Foto: Panama Canal Authority

No Brasil quebrará os recordes de maior boca, calado (não operacional) e capacidade em TEU de um navio porta-contêiner, superando o MSC C. Montaine de 15.413 TEU.

Na América Latina, só não supera em LOA, que pertence ao navio CMA CGM Alexander Von Humboldt, que possui 396 m de LOA e possui capacidade para transportar até 16.022 TEU, recorde que perdura desde 2022, quando esteve no Caribe e na Costa Oeste da América do Sul, escalando portos do México, Colômbia, Peru e Equador.

Nas Américas, o recorde pertence ao navio MSC Eloane, que possui 399,99 m de LOA, 58,85 m de boca e capacidade para transportar até 19.479 TEU, quando esteve nos Portos de Oakland/CA e Long Beach/CA (EUA), recorde que perdura desde 2019.

Na América do Sul, iguala o recorde do navio MSC Iva em capacidade em TEU, mesma classe do MSC Marie, um Jiangsu 15000 e que opera atualmente na linha Andes Express, que liga à Asia, Caribe e Costa Oeste da América do Sul.

No Porto de Santos/SP, quebrará o recorde geral de DWT e calado (não operacional), superando o navio graneleiro Leonidas Warrior*, um capesize de 183.316 de DWT e calado (não operacional) de 18,32 m, recorde que perdura desde 17/01/2011, há mais de 13 anos.

*Atualizado em 10/09/2024: O recorde de DWT e boca foi quebrado posteriormente pelo navio MSC Taranto nesta data. Possui 365,81 m de LOA, 51,30 m de boca, 17,30 m de calado e capacidade para transportar até 14.036 TEU.


O MSC Marie está em viagem pela linha Santana, com escalas previstas para o próximo mês nos portos de Salvador/BA (05/10/2024), Itaguaí/RJ (09/10/2024), Paranaguá/PR (14/10/2024) e Santos/SP (18/10/2024).


Remodelação da linha Santana

Recentemente, a MSC anunciou uma nova remodelação da linha que iniciará a partir de 16/09/2024 (segunda-feira) com o navio MSC Doualla Ⅷ. A Santana liga os portos da Ásia (China e Coreia do Sul) aos portos do Caribe e o Brasil, via Canal do Panamá.

A nova rotação será a seguinte:

CHINA - Yantian, Ningbo, Xangai e Qingdao
COREIA DO SUL - Busan
PANAMÁ - Cristobal
BRASIL - Suape/PE e Salvador/BA
SINGAPURA


Com isso a linha deixará de atender os portos de Caucedo (República Dominicana), os portos sul e sudeste do Brasil (Paranaguá/PR, Santos/SP e Itaguaí/RJ).

As informações estão sujeito à alterações, sem aviso prévio.


Fonte: MSC

quinta-feira, 18 de abril de 2024

Log-In cria nova linha de cabotagem

A Log-In Logística Intermodal, sediado no Rio de Janeiro/RJ, iniciará uma nova linha de cabotagem a partir da próxima semana.

A linha Navegantes Feeder ou Navex, fará a conexão dos portos do Rio de Janeiro/RJ e Navegantes/SC em escalas semanais. No Rio, irá atracar no Terminal de Contêineres MultiRio e em Navegantes no terminal da Portonave. Será uma linha dedicada ao armador suíço Mediterranean Shipping Company (MSC), sediado em Genebra, que detém 67% do controle acionário da Log-In.

A viagem inaugural será feita pelo Log-In Resiliente com previsão para sexta-feira (26/04/2024) no Rio. Será o único navio que operará na nova linha.

Log-In Resiliente
Log-In Resiliente atracado no Porto de Vitória/ES. Foto: Rogério Cordeiro - Shipspotting.com

O Log-In Resiliente possui 210,96 m de LOA, 32,26 m de boca, capacidade para transportar até 2.711 TEU e 500 plugs reefer.

Com isso o Log-In Resiliente deixará de operar na linha FSS ou Vitoria Feeder que liga os Portos de Vitória/ES e Rio de Janeiro/RJ, sendo substituído pelo navio MSC Manya que será incorporado à frota da Log-In.

MSC Manya
MSC Manya, que irá operar na linha FSS. Foto: Marc Piché - Shipspotting.com

O MSC Manya, possui 234,62 m de LOA, 32,23 m de boca, capacidade para transportar até 2.762 TEU e 300 plugs reefer.

O navio está previsto para operar na FSS a partir de 22/04 (segunda-feira) no Porto de Vitória.


Fonte: MSC

quarta-feira, 17 de abril de 2024

Primorye (Приморье)

Segue imagens do navio petroleiro Primorye (Приморье), suspendendo do Porto de Santos ontem (16/04/2024), após atracar na Ilha Barnabé lado Bocaina (IB BC).

Navios de bandeira russa, são muito raros pela região e um dos melhores registros do ano no Porto de Santos.

Primorye (Приморье)

Primorye (Приморье)

Primorye (Приморье)

Primorye (Приморье)

Primorye (Приморье)

Primorye (Приморье)

Primorye (Приморье)

Primorye (Приморье)

Primorye (Приморье)

Primorye (Приморье)

Primorye (Приморье)

Primorye (Приморье)

Nome: Primorye (Приморье)
IMO: 9351543
Indicativo: UBET5
Ano de Construção: 2001
Construtor: Hyundai Mipo Dockyard Co., Ltd. – Ulsan, Coreia do Sul
Armador: Nayada Co., Ltd. – Nakhodka, Rússia
LOA: 182,55 m
Boca: 27,40 m
Calado: 11,70 m
Arqueação Bruta (GT): 23.236 t
Porte Bruto (DWT): 39.551 t
Capacidade Líquida: 41.343 m³
Porto de Registro: Nakhodka
Bandeira: Rússia
Antigo Nome: Searambler (10/2019)


Fotos: Henrique Ferrinho

sexta-feira, 12 de abril de 2024

ANTAQ aprova nova instalação portuária em Santos

A Agência Nacional de Transporte Aquaviário (ANTAQ) aprovou na última terça-feira (09/04/2024), a construção e exploração da Instalação Portuária de Turismo (IPTur) no bairro da Ponta da Praia em Santos/SP próximo ao Deck do Pescador.

A futura instalação está destinado ao embarque, desembarque, trânsito de passageiros, tripulantes, bagagem e insumos.

A instalação faz parte do Projeto Santos Vivo organizado pelo Ministério do Turismo em conjunto com a Transitária Brasileira (Transbrasa), cujo objetivo é construir uma ilha artificial abrangendo além da IPTur, outras instalações e um terminal de cruzeiro.

Representação da futura IPTur em Santos - Foto: Transbrasa - Reprodução

Será utilizada uma área de 294,8 mil m², cujo valor estimado para elaboração gira em torno de R$ 1,24 bi. 


Fontes: Portal de Investimentos - Ministério do Turismo, ANTAQ e Transbrasa
Adaptação de texto: Thalyta Martinez

terça-feira, 9 de abril de 2024

Aliança terá maior navio porta-contêiner na história da cabotagem

O armador brasileiro Aliança Navegação e Logística, sediado em São Paulo/SP, subsidiária do armador dinamarquês Maersk, sediado em Copenhague, trará a partir de próximo mês o navio porta-contêiner Maersk Bentoville, que quebrará dois recordes na cabotagem brasileira.

Os recordes que serão quebrados: maior navio porta-contêiner em LOA e o maior navio em tomadas refrigeradas (plugs reefer). Possui 294,10 m de LOA, 32,28 m de boca, capacidade para transportar até 4.504 TEU e 1.400 plugs reefer.

Maersk Bentoville
Maersk Bentoville, previsto para iniciar pela linha ALCT2. Foto: Jackie Pritchard - MarineTraffic

O Maersk Bentoville substituirá provisoriamente o Vicente Pinzón na linha ALCT2 que seguirá para docagem, e faz a rotação Pecém/CE, Salvador/BA, Santos/SP, Itapoá/SC, Rio Grande/RS, Imbituba/SC e Suape/PE.

Apesar de quebrar o recorde de LOA, não é o maior em capacidade em TEU, sendo este recorde do Bremen Belle que também atuou provisoriamente no ALCT2 no ano passado, com capacidade para transportar até 5.888 TEU e 586 plugs reefer.

O Monte Sarmiento é o atual detentor do recorde, de maior navio porta-contêiner sob bandeira brasileira da cabotagem, podendo transportar até 5.560 TEU e 1.365 plugs reefer, este último recorde que será quebrado pelo Maersk Bentoville.

O Maersk Bentoville está previsto para iniciar pela linha ALCT2 no Porto de Santos em 02/05/2024, mesma data do Phase Out do Vicente Pinzón, também em Santos.

As informações poderão sofrer alterações, sem aviso prévio.


Fonte: Aliança

sábado, 6 de abril de 2024

Hapag-Lloyd remaneja navios em linhas no Brasil

O armador alemão Hapag-Lloyd, sediado em Hamburgo, fará alteração em alguns navios de suas linhas que fazem escalas no Brasil, a partir da próxima semana.

O Long Beach Express que estava atuando pela linha ABAC/CONOSUR que liga os portos do Chile ao Brasil, será remanejado para a linha TANGO/SEC que liga os Portos dos EUA ao Brasil e Argentina, no lugar do Mediterranean Express, conforme programação prevista abaixo:

Long Beach Express

Phase In pela TANGO/SEC

ETA RIG – 16/04/2024

 

Phase Out pela ABAC/CONOSUR

ETA RIO – 22/04/2024

 

 

 

Mediterranean Express

Phase Out pela TANGO/SEC

ETA PEC – 01/05/2024


Em seu lugar pela linha ABAC/CONOSUR, entrará o Seaspan Hamburg, com previsão de Phase In para o Porto Itapoá/SC em 10/04/2024.

Seaspan Hamburg

Phase In pela CONOSUR

ETA IOA – 10/04/2024


Hapag-Lloyd e Maersk assinam acordo comercial para operar em conjunto


Ambas as linhas operam em joint-venture com o armador dinamarquês Maersk, sediado em Copenhague.

Em janeiro/2024, os armadores assinaram um acordo de colaboração operacional chamado Gemini Corporation, para operar em linhas de forma conjunta, a partir de fevereiro/2025. Durante o ano de 2024, haverá o período de transição, para operar na nova aliança.

Em janeiro/2025, a Hapag-Lloyd, deixará o THE Alliance, enquanto a Maersk a 2M, esta última, deixando de existir.

As linhas operadas em conjunto no Brasil, já existiam antes do acordo.


Fonte: Hapag-Lloyd